APARECIDA FILOSOFIA


PROF. APARECIDA - FILOSOFIA - 2ºC,2ºE,3ºTB e 3ºTC


ATIVIDADES PARA  2º C e 2º E

Filosofia e Educação

Educação, emancipação e sociedade democrática 
Theodor Adorno é um conhecido pensador e pesquisador da Escola de Frankfurt. Estudou filosofia, música, psicologia e sociologia. Por isso, no conjunto da sua obra, podemos nos deparar com conhecimentos e reflexões relativos a diversas áreas do conhecimento. Conhecido por suas pesquisas sobre a indústria cultural, Adorno também se interessava por questões educacionais. Refletia, por exemplo, entre outros temas, sobre como o desenvolvimento científico não conduz necessariamente à emancipação. Segundo Adorno, há uma contradição básica na educação, que teria sido revelada nos eventos produzidos pelo nazismo. De acordo com o filósofo, o desenvolvimento da sociedade sob os auspícios da Ilustração, de uma formação cultural e científica, nos conduziu para a barbárie. Diante dessa constatação, podemos questionar como a educação, meio distinto de desenvolvimento cultural, de esclarecimento, formou adeptos da ideologia nazista? Para Adorno, a crise na educação tem fortes relações com o modo como produzimos tradicionalmente a nossa vida material, pois, ao produzir e consumir coisas, também formamos a nossa subjetividade. No contexto educacional não seria diferente. Se a formação educacional está dirigida unicamente para a adaptação e para a apropriação de certas técnicas, tendemos a aceitar o que nos é informado sem crítica e sem perspectiva de mudar e de melhorar as nossas relações. Se tudo o que aprendemos tem relação com a apropriação de certas técnicas, tendemos a lidar com o mundo e com as pessoas, tecnicamente e, dessa forma, dificilmente nos abriremos para o contato com o outro, com aqueles que não nos são familiares. Adorno reconheceu que, tanto a adaptação quanto o dominio de técnicas, fazem parte da educação dos jovens. Contudo, essa não pode ser a única finalidade da educação escolar. Faz parte da educação escolar a educação moral, a formação para a autonomia, para o pensamento crítico e para a reflexão ética.

Considerações sobre o texto Educação após Auschwitz 
No texto Educação após Auschwitz, Theodor Adorno nos convida a refletir sobre a educação, para que essa prática familiar e institucional seja orientada para se evitar a repetição dos horrores vivenciados nos campos de concentração, durante a vigência do nazismo na Europa. 
Nos campos de concentração de Auschwitz, localizados no sul da Polônia e mantidos durante a 2a Guerra Mundial, milhões de pessoas inocentes foram assassinadas de maneira planejada. O nome "Auschwitz" refere-se a um espaço de internamento e prisão destinado para o extermínio de grupos sociais, políticos e religiosos considerados indesejáveis. Os eventos de Auschwitz representam tudo o que os homens podem fazer, com aporte técnico e racional, para destruir a sua humanidade. Trata-se de um símbolo da barbárie que ocorreu em um determinado momento histórico. Mas, ainda nos dias de hoje, podemos notar práticas que nos remetem a esse momento do passado. 
Auschwitz foi planejado para exterminar pessoas de forma "eficiente”. Aqueles que projetaram e administraram esses campos de extermínio eram homens com boa formação técnica, eficientes e competentes para cumprir as ordens de eliminar pessoas e famílias inteiras. O funcionamento de um campo de extermínio desse porte só foi possível porque vivia-se, já nessa época, em um mundo em que a formação meramente técnica prioriza a repetição e o comportamento padronizado, desautorizando os indivíduos a pensar por si mesmos. Nessa condição, segundo Adorno, temos uma sociedade de massa, em que os indivíduos perdem a sua importância, são vistos como coisas e se tratam como coisas que podem ser manipuladas e descartadas. Isto porque, o mundo administrado pela lógica da socie dade de massas, da produção em série, conduz os membros da sociedade a atuar no seu cotidiano dentro dessa mesma lógica. De acordo com a lógica da produção em série, aqueles que não se identi ficam, que não são iguais, passam a ser encarados como inimigos. Ou seja, aquele que “não é um igual a mim” não é bom, nem belo ou verdadeiro. Assim, passa-se a enquadrar ou "etiquetar" as pessoas como amigos ou inimigos e, dessa forma, no interior dessa lógica, não é cabível refletir, rever uma opinião, aprender, experimentar. 
Na sociedade de massas, não há estímulos para ir além das convicções que estão disponíveis. Ao contrário, há sempre uma onda que procura agregar os indivíduos a algum coletivo que reforça posições já firmadas, a fim de reproduzi-las. Esse estado de coisas, Adorno identifica como o processo de semi - formação. O indivíduo em situação de semi - formação não procura refletir criticamente, não é capaz de pensar a própria realidade e, consequentemente, a própria vida. Ele vive em um constante processo de atualização das informações, um processo que, como sabemos, não tem fim. 
A identificação cega com coletivos, a ostentação orgulhosa de pertencer a um certo grupo, leva os indivíduos a aderir a um estilo de vida pré-determinado, associado a um tipo de roupa, um tipo de música, um corte de cabelo específico, frequência a certos lugares e inimigos em comum. Essa condição dos indivíduos semiformados é consequência da ausência de reflexão crítica, que pode ser observada em diferentes grupos que procuram impor-se pela violência. Podemos identificar eventos relacionados à semiformação em muitas ocorrências cotidianas, entre elas as brigas agendadas por integrantes de tor cidas organizadas, que se agridem mutuamente sem outro motivo além do desejo de destruir o outro porque não está no meu grupo, porque não torce pelo meu time; o bullying escolar que, por meio da violência psicológica e física, procura exercer certo controle do ambiente escolar em relação ao modo de ser, de vestir e de atuar dos alunos considerados indesejáveis; e os neonazistas, que determinam que alguns grupos inviabilizam um ideal de sociedade e de cultura e, por isso, promovem uma perseguição violenta para "excluir" os indesejáveis. Esses são exemplos que, a partir do pensamento de Adorno, podemos entender como precursores da violência nazista. São ocorrências desse tipo que a educação deve se colocar terminantemente contra. E como a educação pode atuar nesse sentido? Segundo Adorno, promovendo a formação dirigida para a autorreflexão crítica, estimulando a decisão consciente, a partir do entendimento esclarecido do que somos e do mundo em que vivemos. 
No texto Educação após Auschwitz, Theodor Adorno reconhece na educação a possibilidade de impedir o retorno da barbárie do tipo que se conheceu em Auschwitz, pois somente a educação pode, além de promover a adaptação à realidade, levar à emancipação. Ou seja, a educação deve formar indivíduos conscientes, capazes de não se deixar determinar pelos outros. 
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

Educação -  Para quê ?
É bastante conhecida a minha concordância com a crítica ao conceito de modelo ideal. Esta expressão se encaixa com bastante precisão na esfera do jargão da autenticidade que procurei atacar em seus funda mentos. Em relação a essa questão, gostaria apenas de atentar a um momento específico no conceito de modelo ideal, o da heteronomia, o momento autoritário é imposto a partir do exterior. Nele existe algo de usurpador. É de se perguntar de onde alguém se considera no direito de decidir a respeito da orientação da educação dos outros. As condições - provenientes no mesmo plano de linguagem e de pensamento ou de não pensamento - em geral também correspondem a esse modo de pensar. Encontram - se em contradição com a ideia de um homem autônomo, emancipado, conforme a formulação definitiva de Kant na exigência que todos os homens tenham que se libertar de sua autoinculpável menoridade. 
A seguir, e assumindo o risco, gostaria de apresentar minha concepção inicial de educação. Evidente mente, não a assim chamada modelagem de pessoas, porque não temos o direito de modelar pessoas a partir do seu exterior, mas também não a mera transmissão de conhecimentos, cuja característica de coisa morta já foi mais do que destacada, mas a produção de uma consciência verdadeira. Isso seria inclusive da maior importância política; sua ideia, se é permitido dizer assim, é uma exigência política, isto é, uma democracia com o dever de não apenas funcionar, mas também operar conforme o seu conceito, demanda pessoas emancipadas. Uma democracia efetiva só pode ser imaginada em uma sociedade de quem é emancipado. 
Numa democracia, quem defende ideais contrários à emancipação, e, portanto, contrários à decisão consciente independente de cada pessoa em particular, é um antidemocrata, até mesmo se as ideias que correspondem a seus desígnios são difundidas no plano formal da democracia. As tendências de apresenta ção de ideias exteriores que não se originam a partir da própria consciência emancipada, ou melhor, que se legitimam diante dessa consciência, permanecem sendo coletivistas-reacionárias. Elas apontam para uma esfera a que deveríamos nos opor não exteriormente pela política, mas também em outros planos muito mais profundos. 
ADORNO, Theodor. Educação - Para quê? In: Educação e emancipação. Tradução Wolfgang Leo Maar. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. p. 141-142. 
&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&
Questionário
1. Para o autor, qual é o papel social da educação? Perguntando de outro modo, qual é o objetivo da educação? 
2. Com base no texto, o que você pode comentar sobre a relação entre educação e democracia?
3. Em sua opinião, como a educação pode ser contrária à emancipação ?
4.Qual é a diferença do uso privado e do uso público da razão?
5.Comente a seguinte afirmação de Adorno: “Numa democracia, quem defende ideais contrários à emancipação, e , portanto, contrários à decisão consciente independente de cada pessoa em particular, é um antidemocrata, até mesmo se as ideias que correspondem a seus desígnios são difundidas no plano formal da democracia”.
6.Seguir cegamente a interpretação que os outros fazem da religião, de como votar eem quem votar e nunca reclamar do que está acontecendo no mundo é característico de uma formação emancipada ? Justifique a sua resposta.



ATIVIDADE DE FILOSOFIA 3ºTB e 3ºTC



A Felicidade segundo o Estoicismo e o Epicurismo

Período Helenístico  (323ª.C. – 147 a. C. ) : Estoicismo e Epicurismo
Para o estoicismo, a felicidade consiste em adequar nossa vontade ao destino, desejar apenas as coisas que dependem de nós e eliminar todas as paixões , a fim de alcançar o estado de imperturbabilidade da  alma – ataraxia.
Para o epicurismo, a felicidade reside em afastar os medos que nos trazem infelicidade ( como o medo dos deuses e da morte ), descrer no destino, habituar-se a uma vida simples e buscar o prazer com prudência, submetendo-o ao exame  e  à reflexão. Daí a importância da Filosofia para a conquista da felicidade.
O estoicismo e a felicidade como resignação 
O nome estoicismo vem do termo grego stoa, que significa "pórtico". Isso porque Zenão de Cício, fundador dessa escola filosófica, costumava ensinar nas proximidades do Pórtico de Poikilé (o qual fora ornamentado pelo pintor Polignoto), em Atenas. 
Trata-se de uma corrente de pensamento que se entendeu do século IV a.C. ao século II d. C., e que repercute até os dias atuais. 
Deixando de lado algumas diferenças entre os pensadores do estoicismo (também chamados "estoicos"), podemos dizer que, de modo geral, para eles, existe uma Razão Divina (o Logos, ou Deus) que rege todo o universo, imprimindo-lhe uma ordem necessária (isto é, que não pode ser de outro jeito) e perfeita. Este Logos, ou Deus, entretanto, não é um ser pessoal e transcendente que existiria em algum lugar fora do mundo e de onde exerceria seu governo sobre a natureza e os seres humanos. Antes, trata-se de um deus imanente, ou seja, inseparavelmente integrado ao mundo físico e material. Daí a ideia de que Deus está em tudo, Deus é tudo. É a doutrina do panteísmo, segundo a qual Deus e o universo são concebidos como realidades intrinsecamente entrelaçadas ou mesmo como "uma única realidade integrada"!. 
Ora, se a ordem do universo é regida por um Deus imanente, e se esse Deus é identificado com o Logos, isto é, com a Razão, pode-se concluir que há no universo (repleto do Deus-Logos) uma ordem racional necessária e perfeita. Em outras palavras, as coisas são (e não poderiam deixar de ser) como a Razão Divina quer que elas sejam. Por isso, elas são precisamente como devem ser e como é bom que sejam. Se um determinado acontecimento - por exemplo, uma doença - , visto isoladamente, parecer sinal de imperfeição ou irracionalidade, tomado em sua articulação com o todo, veremos que, na realidade, contribui para a realização da perfeição desse todo. 
Há, portanto, no estoicismo certa noção de Providência Divina, embora não no sentido de uma providência transcendente, praticada por um Deus pessoal, como no Cristianismo. A providência dos estoicos assemelha-se mais à ideia de Destino, no sentido de que, se tudo deriva do Logos Divino, então tudo é necessário, ou seja, tudo é como deve ser, sem nenhuma possibilidade de que seja de outro jeito. E bom que seja assim, visto que a origem, em última instância, está em Deus, na Razão Divina. 
Mas, se tudo é necessário, como fica a liberdade humana? Para os estoicos a verdadeira liberdade, aquela praticada pelos sábios, consiste em adequar a vontade ao Destino, desejando aquilo que ele prepara para cada um. Afinal, se o Destino é obra da Providência Divina e se Deus é o Logos, então desejar o que o Destino traz é o mesmo que se deixar guiar pela Razão Divina. Isso é sabedoria. 
Essa é a chave para a felicidade, segundo o estoicismo. Se desejarmos algo contrário ao nosso Destino e que, portanto, não poderemos alcançar, certamente ficaremos frustrados e infelizes. Por outro lado, se conformarmos nossa vontade a ele, desejando apenas o que efetivamente está ao nosso alcance, nossas chances de felicidade serão muito maiores. 
A felicidade, para o estoicismo, consiste também em buscar o bem, isto é, a virtude, e evitar o mal, ou seja, o vício. Bem e mal, portanto, são entendidos em um sentido puramente moral. As coisas relativas ao corpo, independentemente de serem nocivas ou saudáveis, não são em si boas nem más, mas indiferentes. Como explica Zenão: 
"Os entes dividem-se em bons, maus e indiferentes. Bons (os bens) são os seguintes: inteligência, temperança, justiça, fortaleza e tudo aquilo que é virtude ou participa da virtude. Maus (ou males) são os seguintes: idiotice, dissolução, injustiça, vileza e tudo aquilo que é vício ou participa do vício. 

Indiferentes são: a vida e a morte, a celebridade e a obscuridade, a dor e o prazer, a riqueza e a pobreza, a doença e a boa saúde, e coisas semelhantes a estas."2 
Além disso, como diz Epicteto, a felicidade também está ligada à nossa capacidade de discernir entre as coisas que dependem de nós e as que não dependem, buscando apenas as primeiras e permanecendo indiferentes em relação às segundas. Caso contrário, seremos infelizes, pois não temos poder algum sobre as coisas que não dependem de nós. Nas palavras do filósofo: 
"Sob  nosso controle estão as nossas opiniões, aspirações, desejos e as coisas que nos causam repulsa ou nos desagradam. Essas áreas são justificadamente da nossa conta, porque estão sujeitas à nossa influência direta. Temos sempre a possibilidade de escolha quando se trata do conteúdo e da natureza de nossa vida interior. 
Fora do nosso controle, entretanto, estão coisas como o tipo de corpo que temos, se nascemos ricos ou se enriquecemos de repente, a maneira como somos vistos pelos outros ou qual é a nossa posição na sociedade. Devemos lembrar que essas coisas são externas e, portanto, não dependem de nós. Tentar controlar ou mudar o que não podemos só resulta em aflição e angústia. 
Lembre-se: as coisas sob nosso poder estão naturalmente à nossa disposição, livres de qualquer restrição ou impedimento. As que não estão, porém, são frágeis, sujeitas a dependência ou determinadas pelos caprichos ou ações dos outros. Lembre-se também do seguinte: se você achar que tem dominio total sobre coisas que estão naturalmente fora do seu controle, ou se tentar assumir as questões de outros como se fossem suas, sua busca será distorcida e você se tornará uma pessoa frustrada, ansiosa e com tendência para criticar os outros." 
A felicidade, segundo os estoicos, exige também que adotemos uma atitude de apatia em relação às paixões, pois essas, em geral, são causa de perturbação e infelicidade para nossa alma. Sentimentos como medo, dor, piedade, inveja, ciúme, aflição, ansiedade, cobiça, raiva, amor (especialmente quando não correspondido), ódio, volúpia, entre outros, nos aprisionam, nos atribulam e nos impedem de ter paz de espírito. Suprimi-los, portanto, é a atitude do sábio e o caminho para a ataraxia, isto é, o estado de imperturbabilidade da alma necessário à conquista da felicidade. 
Em suma, a felicidade estoica consiste em não desejar mais do que se pode ter, conformar-se com o Destino, discernir entre as coisas que dependem e as que não dependem de nós, tornando-nos indiferentes a essas últimas, e renunciar às paixões que são causa de dor e sofrimento. É, pois, uma disposição da vontade individual. Sou eu quem decide ser feliz, disciplinando meus desejos através de minha razão. Trata-se, portanto, de uma concepção idealista da felicidade, que desconsidera a influência de fatores externos que a determinam e que, por isso mesmo, conduz ao conformismo, à resignação, à apatia. Em um contexto de tantas turbulências, como foi o do helenismo, compreende-se por que os preceitos do estoicismo lograram tamanha aceitação, sobrevivendo com vigor até os nossos dias. 
? Zenão, fragmento 38-39. In: REALE, Giovanni: ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Filosofia pagà antiga. São Paulo: Paulus, 2003. p. 296, v. 1. 
EPICTETO. A arte de viver: uma nova interpretação de Sharon Lebell. Tradução Maria Luiza Newlands da Silveira. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. p. 14. 
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 
Consideramos importante destacar desse texto os seguintes aspectos: a origem do nome estoicismo; os períodos em que a história da escola se dividiu; a ideia de que existe uma Razão Divina (o Logos, ou Deus) que rege todo o universo, imprimindo-lhe uma ordem necessária (isto é, que não pode ser de outro jeito), racional e perfeita; a  noção estoica de providência imanente, que difere da que temos nos dias atuais; a noção de liberdade como adequação da vontade ao Destino; a relação entre a felicidade e a capacidade de discernir entre as coisas que dependem de nós e as que não dependem, ao optar pelas primeiras e permanecer indiferentes em relação às segundas; a importância e o papel da apatia na busca da felicidade; o caráter idealista e conformista da felicidade estoica, bem como o significado político de suas teses. 
A felicidade segundo o epicurismo 
Epicuro (341-270 a.C.) nasceu na ilha grega de Samos, mas passou boa parte de sua vida em Atenas, onde fundou uma escola filosófica, mais tarde denominada epicurismo. A escola funcionava no jardim de sua casa e, por isso, ficou conhecida como "Jardim de Epicuro”. 
Uma de suas principais preocupações era com a questão da felicidade. Em sua famosa Carta a Meneceu, mais conhecida como Carta sobre a felicidade, ele nos revela alguns ensinamentos para que alcancemos a felicidade e a conservemos ao longo de nossas vidas. 
Logo de inicio, ele enaltece a utilidade da Filosofia para a obtenção da "saúde do espírito", isto é, da felicidade. Isso porque é filosofando que aprendemos a distinguir entre as coisas que nos aproximam da felicidade e as que dela nos distanciam, optando pelas primeiras e evitando as segundas. 
Em seguida, Epicuro faz algumas recomendações para quem deseja ter uma vida feliz. Em primeiro lugar, é preciso afastar as falsas opiniões que, em geral, temos sobre os deuses e que nos levam a temê-los, pois esse temor também é causa de infelicidade. Para o autor, os deuses existem realmente, são imortais e bem-aventurados, mas vivem em um mundo supra-humano e em nada interferem em nossa vida, nem para nos socorrer nem para nos castigar. Por isso, não há motivos para temê-los. Pela mesma razão, preces, sacrificios e louvores são inúteis e desnecessários. 
Em segundo lugar, temos de nos libertar do medo da morte, outro obstáculo à nossa felicidade. De acordo com Epicuro, não há por que temê-la, pois não temos como saber se ela é um bem ou um mal. Ora, sabemos se uma coisa é boa ou ruim pelas sensações que ela nos provoca. A morte, porém, nada mais é do que a ausência de toda e qualquer sensação. Portanto, a morte não é nada para nós. Na realidade, nunca a encontraremos, pois enquanto estamos vivos ela está ausente e, quando ela chegar, nós é que não estaremos presentes, já que não teremos mais nenhuma sensação. É tolice, portanto, nos angustiarmos pela espera da morte. Essa consciência de que a morte nada significa para nós é impor tante para que aproveitemos melhor a vida enquanto a temos e sejamos felizes no momento presente. Essa é a atitude do sábio, que nem desdenha a vida (como se ela fosse um fardo insuportável) nem se apega a ela em demasia (a ponto de desejar a imortalidade), mas que sabe vivê-la bem. 
Em terceiro lugar, Epicuro recomenda que não acreditemos no destino e na sorte, como se deles dependesse nossa felicidade, pois essa crença também pode ser motivo de perturbação de nossa alma, porque o que vai acontecer no futuro é uma construção de cada um e não sorte ou destino. Entretanto, essa construção sofre influência alheia e nem sempre o que se planeja se concretiza. Logo, é algo que nos pertence e ao mesmo tempo não. 
Em quarto lugar, para sermos felizes, também precisamos conhecer bem os nossos desejos e dire cionar nossas escolhas à quilo que contribui para a manutenção da boa forma fisica e o cultivo de um espírito plácido, porque, segundo Epicuro, esse é o propósito da vida feliz. O critério dessa escolha é, em última instância, a distinção entre prazer e dor. De fato, para Epicuro, a principal finalidade da vida humana é o prazer. Mas não se trata de qualquer prazer. Somente dos que passam pelo crivo da avaliação dos benefícios ou danos que podem ser advindos deles, para o homem que os usufrui. 
Além disso, como nem tudo o que desejamos está ao nosso alcance, devemos aprender a extrair prazer daquilo que temos, ou das coisas simples da vida, em vez de sofrer pela falta daquilo que não podemos ter. E o que Epicuro chama de autossuficiência. 
O prazer, para Epicuro, não se confunde com a busca irrefletida e desenfreada do prazer cego; trata-se, antes, do prazer entendido como estado de conforto e tranquilidade, único capaz de nos proporcionar a verdadeira felicidade. 
Portanto, o prazer, para ser de fato fonte de felicidade, precisa ser temperado pela prudência, que, para Epicuro, é o bem máximo, a primeira de todas as virtudes. 
Ora, nada melhor do que a Filosofia para nos ajudar a empreender essa reflexão que nos permite distinguir entre as coisas que verdadeiramente nos trazem prazer e as que nos provocam dor e viver segundo a prudência. Eis a importância fundamental da Filosofia para a conquista da felicidade, segundo Epicuro. 
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. 
Questionário:
1. Quais são as recomendações do estoicismo para a conquista da felicidade? Você concorda com elas? Justifique. 
2. Você considera que a morte, a saúde, a doença, a beleza, a feiura, a riqueza, a pobreza, a escravidão e a liberdade não dependem de nós? Justifique. 
3. Indique pelo menos uma situação do cotidiano que possa ser interpretada à luz do estoicismo
4. Resuma os conselhos de Epicuro para alcançar a felicidade.
5. Que papel Epicuro atribuiu à Filosofia na busca da felicidade? Você concorda com ele ? Justifique.

enviar as atividades para o e-mail: 

profa.aps@gmail.com


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PROJETO DE VIDA - PROFESSORA KATIA

ARTE - PROFESSORA JULIA

MATEMATICA - PROFESSOR EDICLEY