PATRICIA PORTUGUES

 PROF. PATRICIA - PORTUGUES - 1ºA, 1ºB, 1ºC, 3ºA e 3ºB


ATIVIDADES PARA O 1ºA, 1ºB e 1ºC


 ATENÇÃO:  NÃO ESQUEÇA DE PÔR NOME, NÚMERO E SÉRIE;

 NÃO ESQUEÇA DE ENVIAR SOMENTE AS RESPOSTAS, PREFERENCIALMENTE DIGITADAS.

SE FOR FOTO DO CADERNO, AS ATIVIDADES DEVEM SER FEITAS À CANETA E A FOTO DEVE ESTAR LEGÍVEL;

ATIVIDADE 1-

Resumo período literário - Humanismo

 

 

Leia:

O criador do teatro português e um dos maiores gênios da dramaturgia mundial apresenta nessa peça um painel crítico da sociedade de sua época

Por da redação

4 out 2019, 17h50 - Publicado em 6 jul 2017, 18h31

Na peça Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente coloca vários personagens numa situação-limite. Todos estão mortos e chegam a um porto onde há duas embarcações: uma é chefiada pelo Anjo, que conduz ao paraíso; a outra, comandada pelo Diabo e seu Companheiro, vai para o inferno. Os personagens se apresentam diante do espectador como em um desfile, ao fim do qual cada um terá de enfrentar seu destino.

Esses personagens não representam indivíduos definidos, mas, sim, tipos sociais. Ou seja, não têm características psicológicas particulares. Servem como espécies de modelo, para exemplificar qual era, segundo Gil Vicente, o comportamento de determinados setores da sociedade da época. Por isso, podem ser denominados personagens alegóricos.

As alegorias são imagens que servem de símbolo a interpretações, como representações de uma situação ou de um setor social. Nessa peça, por exemplo, um fidalgo com um pajem e uma cadeira são uma alegoria para toda a nobreza ociosa de Portugal. O autor se inspirou bastante no teatro alegórico medieval, puramente cenográfico, e também nos momos – manifestações populares em que figuras fantasiadas representavam os vícios e as virtudes. Os autos eram representações comuns na Idade Média, em geral de conteúdo satírico ou alegórico. Publicado em 1517, o Auto da Barca do Inferno é, de acordo com o autor, um “auto de moralidade”.

Personagens 

ANJO – arrais, ou seja, navegante da barca celeste.

DIABO E SEU COMPANHEIRO – conduzem a barca infernal.

FIDALGO – representa todos os nobres ociosos de Portugal.

ONZENEIRO – simboliza o pecado da usura e a classe dos agiotas.

PARVO – representa o povo português, rude e ignorante, porém bom de coração e temente a Deus.

FRADE – representa os maus sacerdotes.

BRÍSIDA VAZ – alcoviteira (cafetina), simboliza a degradação moral e a feitiçaria popular.

JUDEU – representa os infiéis, que são alheios à fé cristã.

CORREGEDOR E PROCURADOR – encarnam a burocracia jurídica da época.

ENFORCADO – é o símbolo da falta de fé e da perdição.

QUATRO CAVALEIROS – representam as cruzadas contra os mouros e a força da fé católica.

Enredo

O Fidalgo é o primeiro a aproximar-se dos barcos, acompanhado de um pajem e de uma cadeira, símbolo de sua pretensa nobreza. O Fidalgo dirige-se primeiramente à Barca do Inferno, ainda sem reconhecer seu capitão. Quando enfim o Diabo se apresenta, o Fidalgo recusa-se a entrar no batel (barco) infernal. O Diabo responde-lhe com ironia:

 

  Diabo:

“Quem reze sempre por ti?…

Hi-hi-hi-hi-hi-hi-hi!…

E tu viveste a teu prazer,

cuidando encontrar salvação

porque rezam lá por ti?

Embarca!, ou embarcai!,

que haveis de ir à derradeira,

(final)

mandai meter a cadeira

que assim passou vosso pai”.

Nesse trecho, é possível perceber a fineza da ironia do Diabo – personagem pelo qual fala muitas vezes a voz do autor. Observe, por exemplo, como o Diabo muda o pronome de tratamento de “tu” para “vós” no verso: “Embarca!, ou Embarcai!”, colocando em dúvida a nobreza de seu interlocutor. No último verso do trecho, o Diabo ofende a linhagem do Fidalgo, dizendo que o pai do personagem também teria tido como destino a danação. O Fidalgo encaminha-se então para a barca do paraíso, na qual é duramente reprimido pelo arrais do céu, o Anjo, que o acusa de “tirania” e o manda de volta à barca infernal, para a qual ele se encaminha resignadamente.

O Onzeneiro (agiota) carrega uma bolsa, símbolo de sua ganância. Assim como o Fidalgo e os demais personagens, ele acredita erroneamente em sua salvação. Após travar diálogo com o Diabo, encaminha-se para o batel celeste, do qual é repelido e obrigado a retomar seu destino, ou seja, o inferno.

Esse triplo movimento (Barca do Inferno, Barca do Céu, Barca do Inferno) é seguido pela maioria dos personagens. Por isso, a peça apresenta uma estrutura esquemática, que se disfarça pela inclusão da figura do Parvo, personagem que representa o povo e é colocado assimetricamente entre os condenados.

O Parvo, por ser tolo e inocente, não é condenado, embora utilize uma linguagem chula e muitas vezes ofensiva. Dirige-se ao Diabo da seguinte forma:

“Furta-cebolas! Hiu! Hiu!

Excomungado das igrejas!

Burrela, cornudo sejas!

(diminutivo de burra,

zombaria, esparrela)

Toma o pão que te caiu,

A mulher que te fugiu

Pera a Ilha da Madeira!

Ratinho da Giesteira,

(trabalhador do campo)

O demo que te pariu!”

Ao Parvo segue-se o Sapateiro, que leva consigo as ferramentas, símbolos de seu ofício e de sua maneira de ganhar dinheiro com a necessidade alheia. Ele espera salvar-se por ter confessado seus pecados e comungado antes de morrer. O Diabo, porém, o condena por sua hipocrisia, que o levava a roubar seus clientes logo depois de assistir às missas.

O Frade carrega armas de combate – um capacete e uma espada – e uma amante, Florença. Um dos personagens mais ridicularizados do auto, ele baila o tordião (dança cortesã) e dá aulas de esgrima diante do Diabo. O Frade acredita que, graças à sua condição de sacerdote, encontrará salvação. Após ser ironizado pelo Diabo e pelo Parvo, o padre segue o caminho dos demais danados.

Brísida Vaz é uma alcoviteira (dona de prostíbulo) e carrega vários apetrechos: hímens postiços, peças de encantar os homens, artigos de feitiçaria – o que indica que Gil Vicente condenava crendices e superstições populares. Seu destino é a perdição. Ela ainda argumenta, em vão, que salvou mais meninas do que Santa Úrsula. Utilizando linguagem vulgar, chama o Anjo de “barqueiro, mano, meus olhos”.

O Judeu aparece acompanhado de um bode e, por não seguir a fé cristã, não compreende tudo o que está ocorrendo. Inicialmente, nenhum dos barqueiros deseja levá-lo. O Diabo, por fim, consente em carregá-lo, mas a reboque. Em Portugal, naquela época, estava disseminado um forte antissemitismo (preconceito contra os judeus), A cena escrita por Gil Vicente expressa essa situação. Cabe aos leitores atuais entendê-la no contexto do período em que foi criada.

Os dois personagens que se seguem – o Corregedor e o Procurador – chegam carregados de livros e de processos. São corruptos e falam numa linguagem empolada, cheia de citações em latim, nas quais quase sempre incorrem em erros. Achincalhados pelo Parvo, são logo mandados para a Barca do Inferno, cada vez mais cheia.

O Enforcado também é um condenado, embora esperasse encontrar salvação porque lhe disseram que iria para o céu se abdicasse da vida. Logo percebe que havia sido enganado e acaba aceitando entrar na barca satânica.

O auto se encerra com quatro cavaleiros trazendo uma cruz, o que indica que morreram nas cruzadas, defendendo a fé cristã. Após uma curta resposta ao Diabo (“Quem morre por Jesus Cristo não vai em tal barca como essa!”), encaminham-se à barca celeste.

Questões:

Após ler sobre o período humanista, responda:

1-    Cite duas características desse período que percebemos na obra – O auto da Barca do Inferno.

2-    As palavras: onzeneiro, parvo, fidalgo não são muito usadas hoje. Explique:

3-    O texto de Gil Vicente pertence ao gênero narrativo e é uma peça de teatro. Dê duas características pertencentes ao tipo de texto teatral.

4-    A tragédia na idade média falava sobre deuses, reis e heróis e, ainda era vista de forma mais valorosa que a comédia, que tratava de histórias dos homens comuns. O auto da barca do inferno se enquadra na tragédia ou comédia? Por quê?

5-    Nessa obra Gil Vicente faz críticas a tipos de pessoas da idade média.  Apesar de passados mais de 500 anos, ainda hoje temos muitos problemas parecidos. Cite dois personagens do Auto da Barca do Inferno, que são comuns na realidade de hoje e explique o que faz cada um deles.

6-    Argumento é a justificativa para algo. Na fala do Diabo, ele zomba do argumento do fidalgo para não ir ao inferno. Qual é esse argumento?

Certamente você já assistiu O auto da compadecida de Ariano Suassuna. Se não, vale a pena assistir inteiro ou alguns trechos. Apesar de ser uma obra contemporânea, faz intertextualidade com o texto O auto da barca do inferno. https://www.youtube.com/watch?v=q8bTji8rAvQ

Na obra O auto da compadecida, responda:

 7-  Quem faz o papel do anjo?

8- Onde é a passagem para o mundo dos mortos?

9- Em sua opinião, por que os dois personagens principais se salvam de ir para o inferno?

ATIVIDADE 2- 

Escreva um texto de no máximo 10 linhas respondendo a questão: Por que se passam séculos e a humanidade continua com os mesmos problemas, como os citados em O Auto da barca do inferno?

enviar atividades e duvidas para o e-mail:

patriciaalves72@hotmail.com


ATIVIDADES PARA O 3ºA e 3ºB


 ATENÇÃO:  NÃO ESQUEÇA DE PÔR NOME, NÚMERO E SÉRIE;

 NÃO ESQUEÇA DE ENVIAR SOMENTE AS RESPOSTAS, PREFERENCIALMENTE DIGITADAS.

SE FOR FOTO DO CADERNO, AS ATIVIDADES DEVEM SER FEITAS À CANETA E A FOTO DEVE ESTAR LEGÍVEL;

 

ATIVIDADE 1-

Leia o Trecho de Macunaíma – Um herói sem nenhum caráter ( Mário de Andrade)

Uma feita a Sol cobrira os três manos duma escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de tomar banho.
Porém no rio era impossível por causa das piranhas tão vorazes que de quando em quando na luta pra pegar um naco de irmã espedaçada, pulavam aos cachos pra fora d’água metro e mais. Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água. E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante.
Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém, a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo. Macunaíma teve dó e consolou:
— Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifava toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na água santa. Macunaíma teve dó e consolou:
— Não se avexe, mano Maanape, não se avexe não, mais sofreu nosso tio Judas!”

Texto 2-

...E no entanto o meu cabelo – e não o abismo mental – é o que me liga diariamente a essa história. Acordo desde sempre com uma juba revolta, tantas vezes a antítese do meu caminho, e tão longe dos aconselhados lenços para cobrir o cabelo ao dormir. Dizer que acordo de juba por desmazelo é já dizer que acordo todos os dias com um mínimo de vergonha ou um motivo para me rir de mim mesma ao espelho: um motivo vivido com impaciência e às vezes com raiva. Devo, porventura, ao corte de cabelo dos meus seis meses a lembrança diária do que me liga aos meus. Em tempos disseram-me que sou uma “mulata das pedras”, de mau cabelo e segunda categoria. Essa expressão ofusca-me sempre com a reminiscência visual de rochas da praia: rochas lodosas em que se escorrega e é difícil andar descalço.

A alienação ancestral surge na história do cabelo como qualquer coisa a que se exige silêncio, uma condição de que o cabelo poderia ser um subterfúgio enobrecido, uma vitória da estética sobre a vida, fosse o cabelo vida ou estética distintamente. Os meus mortos estão, porém, em crescimento. Falo e vêm como versões do que foram de que não me lembro. Esta não é a história das suas posturas mentais, a que não me atreveria, mas a de um encontro da graça com a arbitrariedade, o encontro do livro com o seu cabelo. Nada haveria a dizer de um cabelo que não fosse um problema. Dizer alguma coisa consiste em trazer à superfície aquilo de que, por ser segunda natureza, não nos apercebemos....

do livro – Esse cabelo (Djaimila Pereira de Almeida)

Responda:

1-    No texto 1 - pertencente a primeira fase do Modernismo no Brasil, Explique qual o significado  de Macunaíma ser um índio negro e ficar branco?

2-    E a cor dos irmãos, o que representa?

3-    Quando no trecho:  “ ... Mas a água era encantada .. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele.... água já estava muito suja da negrura do herói ...”. Qual crítica é feita nesses trechos?  Explique.

 

4-    “...Por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo.” Por que o Mano estava desesperado?

 

5-    Mário, através desses comentários de Macunaíma aos seus manos, demonstra a visão do homem branco em relação ao negro. Explique:

 

 — Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.

 

6-     Sobre a autora do texto 2-  Djaimilia Pereira de Almeida é uma escritora portuguesa nascida em Angola. Cresceu em Portugal, nos arredores de Lisboa. Considerada representante de uma literatura acerca de raça, gênero e identidade. Ganhou notoriedade a partir da publicação em 2015 do seu primeiro romance Esse Cabelo.

O texto 1 foi escrito aproximadamente um século antes do texto 2. No entanto as questões raciais ainda persistem.  Podemos notar semelhança entre o que o texto 1 e 2 sobre como a sociedade vê as características físicas do negro. Explique:

 

7-    Qual a importância de escritoras jovens como a Djaimilia retratarem sobre suas experiências, sendo negras na contemporaneidade?

ATIVIDADE 2:

Como percebemos, não importa o continente, o negro sofre com o preconceito, seja ele explícito ou disfarçado.

 Escreva um pequeno texto dissertativo seguindo as orientações:

a-    Primeiro parágrafo:  comente sobre a situação da maioria dos negros no Brasil.

b-    Segundo parágrafo: prove através de fatos essa situação retratada no primeiro parágrafo.

c-    Último parágrafo: Cite o que muitos negros têm feito para sair dessa situação e o que os órgãos tem feito ou deixado de fazer.

 

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