RAIMUNDO FILOSOFIA

 PROF. RAIMUNDO - FILOSOFIA - 1ºA, 1ºB, 1ºC, 1ºE, 2ºA, 2ºB, 3ºA, 3ºB e 3ºC


ATIVIDADES PARA O 1ºA, 1ºB, 1ºC e 1ºE


Os Sofistas e suas Teorias

 

O período filosófico grego, que abrangeu todo século V a.C., foi constituído pelos sofistas.  Foi mencionado acima que os sofistas foram os primeiros professores pagos. Alguns dos principais sofistas foram Protágoras, Górgias e Pródico.

Era uma cresça tradicional grega que suas cidades tinham recebido suas leis de alguma divindade, protetora da cidade. Acreditavam também que o bom (a felicidade) constituía-se em conformar suas vidas a tais leis, aceitas como divinas e eternas. Os sofistas questionaram e abalaram tal crença. 

O termo sofismo deriva da palavra grega “sophos” ou “Sophia”, que quer dizer sabedoria.

A sofística, escola filosófica nascida em Atenas, defendia o “mundo da realidade” e o relativismo do conhecimento, ou seja, a verdade é aquilo que é útil para a tomada e a manutenção do poder e para a ação humana.

Protágoras, o maior dos sofistas, resume essa postura ao afirmar que “o homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são e das que não são enquanto não são”. Esse pragmatismo, aparentemente nocivo ao saber filosófico, tem a virtude política de defender a sociedade democrática, na qual prevalece a pluralidade de opiniões. De fato, a crença numa verdade absoluta sempre traz consigo a proposta de um Estado autoritário que imponha essa verdade. A democracia ateniense, calcada na ação de todos, impossibilitava a criação de estruturas partidárias elitistas e concentradoras da autoridade. Os sofistas certamente não foram diretamente responsáveis pela democracia ateniense, mas suas contribuições culturas e psicológicas fomentaram-na.

Os sofistas eram relativistas também em termos de valores e princípios. O “bom” é aquilo que satisfaz os instintos e paixões da pessoa. A crença em princípios absolutos e imutáveis baseados num código ético é considerada, pelos sofistas, como sendo um impedimento. Eles acreditavam que tais princípios absolutos e códigos de ética precisavam ser removidos.  O “bom” torna-se relativo.

A carreira mais cobiçada na época era a de político. Os sofistas se concentravam em ensinar oratória. Já que acreditavam que a verdade é relativa, os sofistas ensinavam seus alunos o dom da oratória e o uso da retórica para alcançar objetivos ao persuadir outras pessoas. Os sofistas tinham grande conhecimento de quais palavras tinham o poder de entreter, impressionar ou persuadir o público. De fato, os sofistas tinham um grande domínio da linguagem. Eles diziam poder achar argumentos para provar qualquer posição.  Os sofistas se orgulhavam de sua habilidade de fazer com que a pior razão parecesse ser a melhor e de “provar” que preto é branco, ou seja, que o falso é verdadeiro. Mas este conceito sofista de valorizar a diversidade de opiniões e formas de se enxergar a realidade foi extremamente importante para o desenvolvimento da democracia, pois foi o que permitiu que opiniões minoritárias e até desagradáveis fossem ouvidas na assembleia de Atenas.  

Alguns sofistas, como Górgias, afirmavam que não era necessário possuir qualquer conhecimento sobre algum assunto para poder dar uma resposta satisfatória a respeito dele. Portanto, alguns sofistas respondiam imediatamente a qualquer pergunta, sem considerá-las cuidadosamente. Através de táticas retóricas, os sofistas tentavam confundir seus oponentes; e, se isto não fosse o suficiente, tentavam derrotá-los através de barulho e violência. Os sofistas ensinavam seus alunos a vencer qualquer debate, a enganar; era mais importante ser esperto do que sincero. Os ensinamentos sofistas ignoravam a ética e a justiça e abriam o caminho para todas as formas de enganação.

Tais ideias atraíam os jovens de Atenas, que tanto almejavam cargos políticos. Isto explica o motivo de os sofistas terem sido tão populares. Sofistas como Protágoras eram admirados; eles frequentavam os lares dos mais nobres atenienses.

Em resumo, os ensinamentos dos sofistas eram práticos, não éticos. Focavam e valorizaram a retórica, não a virtude.

O conhecimento que há hoje a respeito dos sofistas advém principalmente dos escritos de seus oponentes, principalmente de Platão e Aristóteles. Portanto, torna-se difícil obter uma visão clara e objetiva a respeito das práticas e crenças dos sofistas.

 

 

RESPONDA

1-    Quem eram os Sofistas?

2-    O que defendiam os sofistas?

3-    Cite 2grandes sofistas da Grécia Antiga

4-    Fale o que você achou mais interessante em relação aos sofistas a partir da leitura deste texto.

5-    Dê o significado da palavra “sofista”.

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ATIVIDADE DE FILOSOFIA – 2º A e 2ºB


AS TRÊS PENEIRAS  DE  SÓCRATES

 

Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:

- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!

- Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.

- Três peneiras? Que queres dizer?

- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?

- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.

- A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?

Envergonhado, o homem respondeu:

- Devo confessar que não.

- A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?

- Útil? Na verdade, não.

Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.

 

Moral da história:  Se as pessoas usassem desses critérios, seriam mais felizes e usariam seus esforços e talentos em outras atividades, antes de obedecer ao impulso de simplesmente passá-los adiante.

VOCÊ ENTENDEU O TEXTO?

 

1.      Quem é Sócrates e o que ele quis ensinar com esse texto?

 

2.      Qual o sentido das  peneiras na leitura? 

 

3.      As pessoas que conhecemos, costumam ter esse comportamento? Quando ficam sabendo de algum fato, logo querem ser os primeiros a contar? Você já procedeu assim alguma vez? Conhece alguém que age ou agiu desta maneira?

 

4.      Em caso afirmativo houve consequências? Enumere-as. 

 

5.      Como posso avaliar se o que vou falar é verdadeiro, bom e necessário?  

 

6.      É fácil ou difícil tomar conhecimento de alguma história, guardar segredo ou simplesmente esquecer que ouviu, sem maiores comentários. 

 

7.      Você já foi atingido por um mal entendido assim? Como  você se sentiu? Gostaria que algum amigo  passasse por uma situação constrangedora por conta de uma fofoca, assim?

 

8.      É sempre bom ter em mente a seguinte máxima: "Fazer aos outros, somente aquilo que queremos que façam a nós". Como você pode interpretar essa máxima?

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ATIVIDADES PARA O 3ºA, 3ºB e 3ºC


TEXTOS DE FILOSOFIA

A DESIGUALDADE

“O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer ‘isto é meu’ e encontrou pessoas suficientemente simples para acredita-lo. Quantos ciúmes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado aos seus semelhantes: ‘ Defendei-vos de ouvir o impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém!’ Grande é a possibilidade, porém, de que as coisas já então tivessem chegado ao ponto de não poder mais permanecer como eram, pois essa ideia de propriedade, dependendo de muitas ideias anteriores que só poderiam ter nascido sucessivamente, não se formou repentinamente no espírito humano. Foi preciso fazer-se muitos progressos, adquirir-se muita indústria e luzes, transmiti-las e aumenta-las de geração para geração, antes de chegar a esse último termo do estado de natureza” .

ROUSSEAU, Jean-Jaques. Discurso sobre origem e os fundamentos da desigualdade entre homens. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 265-5. ( Os Pensadores)

O PODER E A FORÇA

“(...) O homem é um animal que, quando vive entre os outros de sua espécie, tem necessidade de um senhor. Pois ele certamente abusa de sua liberdade relativamente a seus semelhantes; e, se ele, como criatura racional, deseja uma lei que limite a liberdade de todos, sua inclinação animal egoísta o conduz a excetuar-se onde passa. Ele tem necessidade de um senhor que quebre sua vontade particular e o obrigue a obedecer à vontade universalmente válida, de modo que todos possam ser livres. Mas de onde tirar esse senhor? De nenhum outro lugar senão da espécie humana. Mas este é também um animal que tem necessidade de um senhor. Seja qual for o começo, não se vê como um homem pode ser dar, para estabelecer a justiça pública, um chefe que também seja justo -ele pode procurá-lo numa única pessoa ou num grupo de pessoas escolhidas para isso. Pois todos eles abusarão sempre de sua liberdade, se não tiverem acima de si ninguém que exerça o poder segundo as leis. O supremo chefe deve ser justo por si mesmo e todavia ser um homem. Esta tarefa é, por isso, a mais difícil de todas; sua solução perfeita é impossível: de uma maneira tão retorcida, da qual o homem é feito, não se pode fazer nada reto. Apenas a aproximação a esta ideia nos é ordenada pela natureza”.

KANT, I. Ideia de uma história universal  de um ponto de vista cosmopolita. São Paulo: Brasiliense, 1986. P. 15.

APÓS A LEITURA E REFLEXÃO DESTES DOIS TEXTOS, RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:

1-Conforme Rousseau, qual é a origem das desigualdades entre os homens?

2- Como o texto trata a questão do poder?

3-Conforme Kant, por que o homem em sociedade precisa de um senhor?

4- Qual a principal dificuldade que o texto levanta para a escolha de um chefe justo?

5- Você concorda com texto quanto à impossibilidade de encontrar chefes justos? Justifique.

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