FILOSOFIA PROFESSORA APARECIDA

ENSINO MÉDIO - 2º ANO C/2º ANO E

ENSINO MÉDIO - EJA - 3º TB/3º TC


ATIVIDADES PARA O 2º ANO C E 2º ANO E




      No texto seguinte, o filósofo contemporâneo Richard Rorty faz uma interessante “classificação” entre dois grupos básicos de filósofos; os sistemáticos e os edificantes. O que os distingue ? Vamos analisar suas reflexões.

O centro e a periferia da filosofia
Em toda cultura suficientemente reflexiva existem aqueles que isolam uma área, um conjunto de práticas, e o veem como a atividade humana paradigmática (que serve de modelo, referencial). Tentam então demonstrar como é que o resto da cultura pode se beneficiar deste exemplo Na corrente principal da tradição filosófica ocidental, este padrão tem sido o conhecer – possuir convicções verdadeiras justificadas ou, melhor ainda, convicções tão  intrinsecamente persuasivas que tornem desnecessária a justificação. (...) 
Na periferia da história da filosofia moderna encontramos figuras que, sem formarem uma “tradição”, se assemelham pela sua desconfiança quanto à noção de que a essência do homem é ser um conhecedor de essências. Goethe, Kierkegaard, Santayana, William James, Dewey, o último Heidegger, são figuras deste gênero. São frequentemente acusados de relativismo ou de cinismo. São frequentemente dúbios quanto ao progresso, especialmente quanto à última pretensão de que uma tal disciplina tornou finalmente tão clara a natureza do conhecimento humano que a razão se espalhará agora pelo resto da atividade humana. Estes autores conservam viva a sugestão de que, mesmo quando temos convicções  acerca de tudo o que queremos conhecer, podemos não possuir mais do que a conformidade com as normas do momento. Conservaram vivo o sentido historicista de que a “superstição” deste século era o triunfo da razão do século passado, bem como o sentido relativista de que o mais recente vocabulário, tomado à mais recente realização científica, pode não expressar representações privilegiadas de essências, mas ser apenas outra dos vocabulários potencialmente infinitos em que o mundo pode ser descrito.
Os filósofos da corrente principal são aqueles a que chamarei “sistemáticos”, e os da periferia aqueles a que chamarei “edificantes”. (...)
Os grandes filósofos sistemáticos são construtivos e oferecem argumentos. Os grandes filósofos edificantes são reativos e oferecem sátiras, paródias, aforismos. Eles sabem que o seu trabalho perde a sua razão de ser quando termina o peródo contra o qual reagiam. Eles são intencionalmente periféricos. Os grandes filósofos sistemáticos, como os grandes cientistas, constroem para a eternidade. Os grandes filósofos edificantes destroem para bem da sua própria geração. Os filósofos sistemáticos querem colocar o seu tema no caminho seguro de uma ciência. Os filósofos edificantes querem manter espaço aberto para a sensação de admiração que os poetas podem por vezes causar – admiração por haver algo de novo debaixo do sol, algo que não é uma representação exata do que já ali estava, algo que (pelo menos de momento) não pode ser explicado e que mal pode ser descrito.(...)
Os filósofos edificantes podem nunca terminar a filosofia, mas podem ajudar a impedir que ela atinja o caminho seguro de uma ciência. (Richard Rorty , A filosofia e o espelho da natureza, p. 284-8).

Responda:
1)  Sublinhe as palavras desconhecidas , pesquise-as e registre o significado de cada uma delas.
2) Segundo Richard Rorty, o que caracteriza os filósofos que ele descreve como sistemáticos?
3) Interprete essa afirmação: “Os grandes filósofos sistemáticos, como os grandes cientistas, constroem para a eternidade. Os grandes filósofos edificantes destroem para o bem de sua própria geração”

Enviar as atividades para o e-mail: cida-sp@hotmail.com


ATIVIDADES PARA O 3º TB e 3º TC


OS PRÉ – SOCRÁTICOS
        Parmênides e Heráclito representam correntes de pensamento rivais na filosofia grega.
O pensamento de Parmênides é monista,   ou  seja  baseia-se em uma concepção de unidade (monos) ou totalidade do real para além do movimento, por ele considerado uma característica apenas aparente das coisas. Se o homem seguir a via do pensamento e não a da opinião, mutável e variável, encontrará a verdadeira realidade, a unidade subjacente à diversidade das coisas . É nesse sentido que Parmênides é considerado o filósofo do Ser ( to eon ),  da realidade única, oculto à pluralidade dos fenômenos, sendo visto como um precursor da metafísica.  “Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois o ser é, e o nada , ao contrário, nada é; afirmação que bem deve se considerar”.
“[...] Por outro lado, [o ser] imóvel nos limites de seus poderosos liames, é sem começo e sem fim; pois geração e destruição foram afastadas para longe, repudiadas pela verdadeira convicção. Permanecendo idêntico e emum mesmo, estado, descansa em si próprio, sempre imutavelmente fixo e no mesmo lugar.”.

Heráclito parte do movimento como questão mais básica em nosso entendimento do real; sua concepção filosófica pode ser considerada dialética no sentido  de  vê no conflito (polemos, frag.53) entre os opostos a causa do movimento . Sua visão de realidade é profundamente dinâmica, encontrando a unidade na multiplicidade. “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também o rio mudou.

Responda:
Após a leitura e reflexão do texto  acima , faça um paralelo entre as ideias de Parmênides e Heráclito. Explique o significado da citação de cada um deles.




Por que ética?
Por que ética? E o que é ética? Não poderemos nos contentar com uma representação qualquer ou indeterminada. Da mesma forma, pressupondo uma pré - compreensão completamente indeterminada, desde o início podemos nos perguntar: por que afinal devemos nos ocupar com a ética ? Na filosofia, mas também nos currículos das escolas, a ética parece ser um fenômeno da moda. Entre os jovens intelectuais, antigamente havia interesse mais pelas assim chamadas teorias críticas da sociedade. Ao contrário disto, na ética supõe – se uma reflexão sobre valores reduzida ao individual e ao inter – humano . E teme – se que aqui contudo não seria possível encontrar nada de obrigatório, a não ser remontando – se a tradições cristãs ou de outras religiões. É o ético, ou então, ao contrário, as relações de poder, que são determinantes na vida social? E estas não determinam, por sua vez, as representações éticas de um tempo? E se isto é assim, ao se pretender lidar diretamente com a ética e não a partir de uma perspectiva de crítica da ideologia, não representaria isto um retorno a uma ingenuidade hoje insustentável?
Por outro lado, não podemos desconsiderar que, tanto no âmbito das relações humanas quanto no político, constantemente julgamos de forma moral. No que diz respeito às relações humanas, basta observar que um grande espaço nas discussões entre amigos, na família ou no trabalho abrangem aqueles sentimentos que pressupõem juízos morais: rancor e indignação, sentimentos de culpa e de vergonha. Também no domínio político julga – se moralmente de forma contínua, e valeria a pena considerar que aparência teria uma disputa política não conduzida pelo menos por categorias morais. O lugar de destaque que os conceitosde democracia e de direitos humanos assumiram nas discussões políticas atuais também é, mesmo que não exclusivamente, de caráter moral. A discussão sobre a justiça social, seja em âmbito nacional ou mundial, é também uma discussão moral. Quem rejeita a reivindicação de um certo conceito de justiça, quase nem o pode fazer sem contrapor – lhe um outro conceito de justiça, Em verdade as relações de poder de fato são determinantes, mas é digno de nota que elas necessitem do revestimento moral.
Por fim, existe uma série de discussões políticas relativas aos direitos de grupos particulares ou marginalizados, as quais devem ser vistas como questões puramente morais:  a questão acerca de uma lei de imigração limitada ou ilimitada, a questão do asilo, os direitos dos estrangeiros, a questão sobre se e em que medida nos deve ser permitida ou proibida a eutanásia e o aborto; os direitos dos deficientes; a questão de se também temos obrigações morais perante os animais, e quais. Acrescentam – se aqui as questões da ecologia e da nossa responsabilidade moral para com as gerações que nos sucederão. Uma nova dimensão moralmente desconcertante é a da tecnologia genética.  (TUGENDHAT, Ernst. Lições sobre ética. Petrópolis, Vozes, 1996, p. 11-12)


Questões
1) O autor se refere ao grande espaço que reservamos aos temas éticos, nas discussões com nossos amigos: você poderia fazer uma lista desses temas ? Em seguida, escolha um deles e o analise.
2) Podemos dizer que o sentimento de indignação ou de vergonha indicam  que participamos de uma comunidade moral. Dê um exemplo e explique por quê.
3) Qual é  a relação entre política e ética? A partir dessa relação, destaque a questão da justiça como tema central da ética.


Enviar as atividades para o e-mail: cida-sp@hotmail.com

Comentários

  1. Boa tarde,
    meu nome é jonathan do 3 TC, para quando é essa prova?

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  2. Leia a postagem Entrega de atividades e prazos

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  3. Boa tarde estou tentando enviar a atividade para o e-mail da professora que está informado aqui e não está indo

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