RAIMUNDO FILOSOFIA ATV 5

 PROF. RAIMUNDO - FILOSOFIA - 1ºA, 1ºB, 1ºC, 1ºE, 2ºA, 2ºB, 3ºA, 3ºB e 3ºC



ATIVIDADES PARA O 1ºA, 1ºB, 1ºC e 1ºE

 

PARA QUE FILOSOFIA?

Ora, muitos fazem uma outra pergunta: afinal, para que Filosofia? É uma pergunta interessante. Não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, para que a matemática ou a física? Para que geografia ou geologia? Para que história ou sociologia? Para que biologia ou psicologia? Para que astronomia ou química? Para que pintura, literatura, música ou dança? Mas todo mundo acha muito natural perguntar: Para que Filosofia? Em geral, essa pergunta costuma receber uma resposta irônica, conhecida dos estudantes de Filosofia: “A Filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual”. Ou seja, a Filosofia não serve para nada. Por isso, se costuma chamar de “filósofo” alguém sempre distraído, com a cabeça no mundo da lua, pensando e dizendo coisas que ninguém entende e que são perfeitamente inúteis. Essa pergunta, “Para que Filosofia”, tem a sua razão de ser. Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata. Por isso, ninguém pergunta para que as ciências, pois todo mundo imagina ver a utilidade das ciências nos produtos da técnica, isto é, na aplicação científica à realidade. Todo mundo também imagina ver a utilidade das artes, tanto por causa da compra e venda das obras de arte, quanto porque nossa cultura vê os artistas como gênios que merecem ser valorizados para o elogio da humanidade. Ninguém, todavia, consegue ver para que serviria a Filosofia, donde dizer-se: não serve para coisa alguma. Parece, porém, que o senso comum não enxerga algo que os cientistas sabem muito bem. As ciências pretendem ser conhecimentos verdadeiros, obtidos graças a procedimentos rigorosos de pensamento; pretendem agir sobre a realidade, através de instrumentos e objetos técnicos; pretendem fazer progressos nos conhecimentos, corrigindo-os e aumentando-os. Ora, todas essas pretensões das ciências pressupõem que elas acreditam na existência da sua verdade, de procedimentos corretos para bem usar o pensamento, na tecnologia como aplicação prática de teorias, na racionalidade dos conhecimentos, porque podem ser corrigidos e aperfeiçoados. Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas. Os cientistas partem delas como questões já respondidas, mas é a Filosofia quem as formula e busca respostas para elas. Assim, o trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da filosofia, mesmo que os cientistas não sejam filósofos. No entanto, como apenas os cientistas e filósofos sabem disso, o senso comum continua afirmando que a Filosofia não serve para nada. Para dar alguma utilidade à Filosofia, muitos consideram que, de fato, a Filosofia não serviria para nada, se “servir” fosse entendido como a possibilidade de fazer usos técnicos dos produtos filosóficos ou dar-lhes utilidade econômica, obtendo lucros com eles; consideram também que a Filosofia nada teria a ver com a ciência e a técnica. Para quem pensa dessa forma, o principal para a Filosofia não seriam os conhecimentos (que ficam por conta da ciência), nem as aplicações de teorias (que ficam por conta da tecnologia), mas o ensinamento moral ou ético. A Filosofia seria a arte do bem-viver. Estudando as paixões e os vícios humanos, a liberdade e a vontade, analisando a capacidade de nossa razão para impor limites aos nossos desejos e paixões, ensinando-nos a viver de modo honesto e justo na companhia dos outros seres humanos, a Filosofia teria como finalidade ensinar-nos a virtude, que é o princípio do bem-viver. Essa definição da Filosofia, porém, não nos ajuda muito. De fato, mesmo para ser uma arte moral ou ética, ou uma arte do bem-viver, a Filosofia continua fazendo suas perguntas desconcertantes e embaraçosas: O que é o homem? O que é a vontade? O que é a paixão? O que é a razão? O que é o vício? O que é a virtude? O que é a liberdade? Como nos tornamos livres, racionais e virtuosos? Por que a liberdade e a virtude são valores para os seres humanos? O que é um valor? Por que avaliamos os sentimentos e as ações humanas? Assim, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia não é o conhecimento da realidade, nem o conhecimento de nossa capacidade para conhecer, mesmo se disséssemos que o objeto da Filosofia é apenas uma vida moral ou ética, ainda assim, o estilo filosófico e a atitude filosófica permaneceriam os mesmos, pois as perguntas filosóficas – o que, por que e como – permanecem.


 

QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS

 

1-      Este texto é extraído da obra Convite à Filosofia, da filósofa Marilena Chauí, professora emérita da USP-SP. Nele, a pensadora tenta mostrar que o senso comum, ou seja, o pensamento sem busca metódica da verdade insiste em afirmar que a “filosofia é um saber com o qual e sem o qual o mundo  permanece tal e qual”, ou seja,  ela não serve para nada. Você concorda com isso? Por quê?

2-      Qual seria, então, no seu entendimento, a utilidade da filosofia?

3-      E o que é o útil? Ser útil é somente aquilo que tem uma finalidade prática? (pense na arte, na música e em tantas outras manifestações humanas que não tem valor comercial e que nem por isso são inúteis...e a partir daí responda estas duas últimas questões).

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ATIVIDADES PARA O 2ºA, 2ºB, 2ºC e 2ºD


DETERMINISMO E LIBERDADE

A corrente Determinista é alvo de inúmeras críticas desde a propagação de suas ideias, isso porque muitos filósofos defendem os conceitos de livre escolha, livre arbítrio e não existência de casualidades.

Para uma série de pensadores, todos os homens são capazes de fazer escolhas, são quase que completamente livres para escolher as maneiras de agir e pensar. A liberdade nesse caso não é completa e total, pois é pautada por leis e organizações sociais que,  no entanto, não impedem que o homem possa ser livre para realizar suas escolhas, alterar sua história e portanto, alterar o presente e o futuro.

Para os críticos do determinismo, homem e natureza não são regidos pelas mesmas leis imutáveis. Não é possível fazer previsões sobre as vidas e atitudes humanas, até porque, a liberdade de escolha e ação alteraria qualquer previsão, ou seja, o livre arbítrio é o que torna o ser humano diferente de outros elementos naturais.

Os defensores do determinismo, por sua vez, argumentam que a ideia de livre arbítrio é rasa e desconsidera o co-determinismo que diz ser possível a interação entre diferentes efeitos criando novas causas.

Em meio a tantas discussões sobre livre arbítrio e liberdade de escolha e ação, as ideias puras sobre o determinismo perderam a força ao longo dos séculos XIX e XX, sendo até hoje alvo de muitas críticas e desconstruções.

DETERMINISMO SOCIAL

Embora a visão clássica do determinismo tenha perdido força, um outro tipo ganhou destaque, o Determinismo Social. A corrente Social do determinismo defende que o ambiente social de onde vem o indivíduo é capaz de condicionar o comportamento humano.

Atualmente o determinismo social é usado como forma de explicar a estratificação social e fomentar o preconceito exclusão de alguns grupos sociais.


QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS

1-      Segundo texto, o que é Determinismo?

2-      Diga o que é determinismo social.

3-      Dê sua opinião sobre determinismo x liberdade (resposta pessoal).

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ATIVIADES PARA O 3ºA, 3ºB e 3ºC


AQUIAVEL – A POLÍTICA E O “PRÍNCIPE”

 

Quando queremos dizer que alguém é ardiloso, astuto ou pérfido, costumamos dizer que é maquiavélico. O adjetivo não é nada lisonjeiro, mas o responsável por ele é um dos filósofos mais importantes da história da filosofia política.

Niccolau Maquiavel (1469-1527) nasceu em Florença, na época do Renascimento. Como sabemos, o Renascimento foi um período de intensa renovação. Caracterizou-se por um movimento intelectual baseado na recuperação dos valores e modelos da Antiguidade greco-romana, contrapondo-os à tradição medieval ou adaptando-os a ela. O Renascimento referiu-se não apenas às artes plásticas, a arquitetura e as letras, mas também à organização política e econômica da sociedade

O PRÍNCIPE

Durante o período medieval, o poder político era concebido como presente divino. Os teólogos elaboraram suas teorias políticas baseados nas escrituras sagradas e no direito romano. No período do Renascimento, os clássicos gregos e latinos passaram a lastrear o pensamento político. Maquiavel, no entanto, elaborou uma teoria política totalmente inédita, fundamentada na prática e na experiência concreta. "O Príncipe" sintetiza o pensamento político de Maquiavel. A obra foi escrita durante algumas semanas, em 1513, durante o exílio de Maquiavel, que tinha sido banido de Florença, acusado de conspirar contra o governo. Mas só foi publicada em 1532, cinco anos depois da morte do autor.

Como tinha sido diplomata e homem de estado, Maquiavel conhecia bem os mecanismos e os instrumentos de poder. O que temos em "O Príncipe" é uma análise lúcida e cortante do poder político, visto por dentro e de perto.

OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS

A Europa passava então por grandes transformações. Uma nova classe social, a burguesia comercial, buscava espaço político junto à nobreza, ao mesmo tempo em que assistia a um movimento de centralização do poder que daria origem aos Estados absolutistas (Portugal, Espanha, França e Inglaterra). Em "O Príncipe" (palavra que designa todos os governantes), a política não é vista mais através de um fundamento exterior a ela própria (como Deus, a razão ou a natureza), mas sim como uma atividade humana. O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta pela conquista e pela manutenção do poder. A primeira leitura que se fez dos escritos de Maquiavel tomou o como um manual de conselhos práticos aos governantes. A premissa de que "os fins justificam os meios" (frase que não é de Maquiavel, no entanto) passou a nortear a compreensão da obra. Daí a reputação de maquiavélico dada ao governante sem escrúpulos.

O PENSAMENTO POLÍTICO CONTEMPORÂNEO

"O Príncipe" tem um estilo elegante e direto. Suas partes são bem organizadas, tanto na apresentação quanto na distribuição dos temas. O procedimento principal do narrador é comparar experiências históricas com fatos contemporâneos, a fim de analisar as sociedades e a política. Em algumas passagens, o próprio autor se torna personagem das situações que descreve. Podemos dividir a obra política de Maquiavel em quatro partes: classificação dos Estados; como conquistar e conservar os Estados; análise do papel dos militares e conselhos aos políticos para manutenção do poder. Dizemos que Maquiavel é o fundador do pensamento político contemporâneo, pois foi o primeiro a pintar os fatos "como realmente são" e não mais "como deveriam ser”

Além de "O Príncipe", Maquiavel deixou outras obras, como o "Discurso sobre a Primeira Década de Tito Lívio", "A Arte da Guerra" e "Histórias Florentinas". Deixou também uma peça de teatro, "A Mandrágora", que se tornou um clássico do repertório teatral de todos os tempos.


 

ATIVIDADE PARA SER RESPONDIDA

1-    Fale, em poucas palavras, quem foi Nicolau Maquiavel.

2-   Durante o período medieval, como era concebido o poder político? E no período renascentista, como era?

3-   O que significa dizer que “os fins justificam os meios”, segundo Maquiavel?

Boa sorte!

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